segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Relato do dia de ontem

Ontem foi, quiçá, um dos dias mais importantes para essa minha fase. Eu acordei meio dia, com o Felipe e a Mariana dormindo aqui também. Depois de uma longa noite com internet, café, coca e uma parada de maracujá que tinha na geladeira. Longa noite sem malícia, estávamos como irmãos mesmo. Talvez a noite tenha influenciado no dia de ontem também. Aí minha mãe me ligou, ela tava na casa de uma amiga, eu pensei comigo: "eu vou pra almoçar e venho embora, deve ser aquela merda de sempre." E pedi pra ela vim me buscar. Começando por aí, na verdade veio a amiga dela, Maria. Amiga de longa data, sabe aquela amiga, amiga mesmo, que se afasta de você, mas sempre que tem oportunidade conversam como se tivessem contato diário? É bem dessas. Eu me lembro da Maria desde criança, na época que a minha mãe tinha a farmácia. Ela trabalhava pra minha mãe, na farmácia, e cuidava de mim nas horas vagas. Hoje ela continua trabalhando em farmácias... Passou por muitas e agora está na de um tio meu, irmão do meu pai. Eu não gosto muito dele também, por motivos que talvez um dia eu fale. Mas continuando... Vieram a Maria, a filhinha dela, a Iolanda e a Suellen. E no caminho até lá piadas rolaram soltas. Nos aproximamos de um bar e Maria disse: "o que você quer beber, Marcelo?", e eu disse que queria coca, eu não bebia perto da minha mãe. Ela deu um sorriso e falou: "uai, você já cresceu, rapaz." e entrou no bar. Eu pensei nisso. Realmente tinha crescido, já tinha passado da época da "coca-cola", não que beber álcool seja uma forma de crescimento, mas já não havia motivo pra eu evitar isso perto da minha mãe. Eu pouco pensei e logo ela já estava entrando no carro, com duas sacolas. Comprou duas garrafas de Coca, algumas de cerveja e uma de pinga. Eu, não aguentando de curiosidade, perguntei: "uai, Maria, você bebe pinga?", ela respondeu: "pinga pura não, a gente faz caipirinha. Você bebe isso?" eu dei uma risada e disse que bebia. É estranho pensar assim, mas eu tenho 17 anos, e até então me tratavam como menos, e não como um adulto ou adolescente que sou. Até porque há 4 anos atrás eu era o mais o novo da família, não só da minha, mas de toda família paterna, e apesar da vinda da minha irmã acho que ainda me consideravam assim. Até anteontem. Aí eu cheguei na casa da Maria. Tava cheio lá... Até mesmo porque mora muita gente numa casa só. Mas ao mesmo tempo é tão aconchegando que só estando lá para saber. Estavam lá minha irmãs, minha mãe, a amiga da minha irmã que é sobrinha da Maria e umas amigas delas, o cunhado da Maria e a irmã dela. Eu deveria me sentir no céu porque depois do Jucelino, eu era o único homem lá. Mas não... Assim como na noite anterior, o sentimento fraterno falou tão mais alto que era impossível pensar em outra intenção. Até mesmo porque eu não queria, minha "outra intenção" nem aqui estava, coisa que eu vou comentar mais pra frente. Aí eu entrei na casa e lá nos fundos, no quintal mesmo, tava uma churrasqueira queimando carvão, e todas aquelas pessoas sentadas em volta de uma humilde mesa. Na mesa tinham uns tiragostos e uns copos limpos. Eu peguei um copo e me servi com Coca. Até eu achei estranha essa minha atitude. Eu costumo ser tímido na presença de terceiros e ter dificuldade até mesmo pra me mexer. Mas como eu havia dito, lá tu se sente tão em paz que nem tem timidez, mesmo desconhecendo algumas pessoas. Me sentei ao lado da minha mãe e fiquei por um tempo ali, calado, escutando aquelas musicas e os assuntos, comendo alguns pedaços de carne e com meu copo de Coca. E sem eu nem perceber, meu copo foi trocado. E as musicas e os assuntos me faziam sentir tão no meu habitat. As músicas eram aquelas dos anos 60/70/80, românticas, apaixonadas e outras coisas mais. Eu tentava não prestar muita atenção na letra, eu não eu tava num bom momento de ouvir esse tipo de música. Mas estava bem, muito bem. E as eu gostava das músicas. De repente, eu entro no assunto deles. Mas nessa hora já não havia mais quase ninguém por lá. As meninas, amigas da minha irmã tinham saído. Minha irmã tava em algum quarto. Só tinham os "velhos" lá naquele quintal. Aí começaram a falar de música, e então eu disse: "é, eu também gosto desse tipo de música." e minha mãe completou: "eu conto da minha infancia pro Marcelo e ele diz que queria ter sido meu irmão, pra viver as coisas que eu vivi." E realmente era assim... Eu acho o mundo atual tão banal. Mas continuando. Aí a Maria falou que aquela que estava passando era linda e começou a cantar. Foi uma das únicas em que eu reparei a letra, e era realmente linda. Aí eu entrei no clima e comecei a falar de cantores que eu também gostava, que eram dessa época. Papo vai, papo vinha, eu tomei dois copos de caipirinha. Começamos a falar de sentimentos. Do meu pai, dos meus avôs. E acho que ainda não retratei aqui, mas eu ainda farei um post só pra falar sobre eles, Iolanda e João. Aí falamos o quanto meu pai era bom pra todo mundo, menos pra ele, que eu herdei isso dele; eu prefiro ficar mal ou sair perdendo do que deixar alguém mal ou tirar alguma coisa de alguém. Falamos sobre amizade, paixão, gravidez, sexo, bebida, direção, acidentes; isso tudo em meio a piadas e histórias. Aí botam um DVD na sala, do padre famosinho aí, hehe. E minha mãe vai lá ver. Dai ela me chama, eu disse que não, mas ela insistiu. Ainda bem. Eu fui lá. Ela me abraçou e falou tudo que queria me falar. Tudo que uma mãe sente por um filho. Daí ela me olhou, com as mãos no meu rosto e os olhos cheios de lágrimas, me disse que me ama demais, mais que tudo. Aí até eu não aguentei, comecei a chorar. E ela falando e falando. Eu não quero muito entrar em detalhes, farei outro post só para isso. Aí quando terminamos nossa quase-conversa. Quase porque só ela falava, nenhuma palavra conseguiu sair da minha boca. Eu voltei lá pro quintal, bebi um pouco de cerveja e voltei na sala. Minha mãe tava conversando com a amiga da minha irmã. Minha irmã tá num momento complicado, e tem umas amizades que não ajudam muito; a gente precisa afastar ela disso. Era o que minha mãe dizia. Eu entrei no papo, dei meu palpite e o celular da minha irmã tocou: era o namorado dela. Mas ela tinha ido na casa de uma amiga ali perto. Minha mãe disse que ela tava no banheiro, pra ligar daqui um tempinho. Aí fui eu e a amiga dela lá levar o celular. Dai chegamos lá, e ela resolveu voltar com a gente. Ok, estávamos fazendo o curto caminho de volta e o celular toca de novo, minha irmã atende. E de repente escutamos um barulho vindo da esquina de baixo. A menina disse: "batida!". Umas motos saíram correndo na nossa frente, e a gente foi até onde veio o barulho. Uma moto bateu na lateral do carro. Mais cedo conversando, eu tinha contado que nunca tinha visto um acidente nas conversar lá. Aí nos aproximamos do local, o guidão da moto tinha entortado, a menina que tava na moto fez uma fratura exposta. A mão dela virou totalmente, ficou presa nos músculos e na carne. Dava pra ver o osso. Foi traumatizante. Muito. E também tinha quebrado a perna. Aí a Maria chegou perto pra tentar acalmá-la. Depois de um tempo os bombeiros chegaram. Mas ficamos ainda conversando disso por mais um tempo. Aí voltamos lá pra casa da Maria, comemos um cachorro quente, jogamos mais um pouco de papo fora. E então começou uma chuva muito muito forte. Dai eu disse pra minha mãe que a janela do meu quarto ficara aberta. Ele ligou pro meu pai, ele ainda tava aqui, ele fechou, e ainda disse que tava goterando, por umas telhas quebradas. Eu bebi um café, bom até. Aí passou um tempo e a gente veio. Era umas 7 e pouco isso. Cheguei aqui, meu quarto todo cheio de água. Eu pensei: "pelo menos vou ter que ficar sem entrar na internet." e ontem eu tava mesmo precisando disso. Aí vi TV, comi um pouco de miojo, escrevi um texto pequeno no meu caderno e deitei no quarto da minha mãe pra dormir. Consegui isso eram umas 2 da manhã.

Conclusão principal - minha idade mental não corresponde com a minha idade física.

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