sexta-feira, 25 de dezembro de 2009

In the pub

Tá tarde e frio, eu sinto a sua falta. Já vai dar 4 horas da madrugada, e eu já não sei há quantas horas estou te esperando. Eu nem sei quantas horas ainda terei de te esperar. Daqui a pouco amanhece e, ao contrário do que eu sonhei, você não vai entrar em meu quarto junto do sol. Eu queria poder sair, abrir meu coração e gritar aos quatro cantos meu amor. Mas, da última vez, eu gritei às quatros paredes do meu quarto, que você mesma ergueu, para que meus gritos, daqui, não saíssem. Eu não quero me ensurdecer outra vez. Vou deixar meus gritos aqui, nesse guardanapo, desse bar. Quem sabe um dia, tu venha até aqui e os queira escutar.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Desleal

Desculpa
Eu não consegui voltar a tempo,
Não quis te mostrar o vento
Das montanhas do interior,
Das paredes do meu cobertor.

Desculpa
A fraqueza me corrompeu
O obcessão me escreveu
As linhas que o tempo esqueceu.

Desculpa
As minhas desculpas não são sinceras
Nem nunca serão.
Não sei mais controlar
O que habita meu coração.

Desculpa
Mas não desejo que aceite esse pedido
Não é de verdade, você sabe.
No nosso amor, não há palavra que cabe.

Desculpa
Eu perdi o ar.
Desculpa, não deu pra continuar.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Alone in the dark N

Onde estão teus olhos, que eu não os vejo? Não me venha dizer que já pertecem a um outro alguém, não me venha de novo. Deixa, que sozinho eu resisto sozinho. Eu vivo sozinho. Eu amo sozinho. É tão melhor fazer tudo sozinho. De novo. É tão melhor me sentir em mim, de novo, e ver como eu posso viver.
Eu só notei a tua ansência ao sentir um perfume parecido com o teu, ao me pegar lembrando de uma mania peculiar tua. Manias... éramos tão cheios delas, lembra? E são essas manias, cotidianas, que não vão deixar em paz, nunca mais. São essas manias que vão nos prender, nos ligar, pra sempre. Pode viver tua vida, pode entregá-la a outro. Mas as manias, elas sempre vão te fazer voltar ao nosso tempo. E eu espero que tu sinta o gosto amargo no arrependimento te invadir a garganta, estômago, coração. Pelo menos uma vez. Ou só uma vez. Coisas assim não são agradáveis de se sentir, mas são necessárias; eu quero que tu cresça.

Eu não vou sair de você, meu bem. Você sabe.

Muggy

Quando eu vou te pedir perdão, por não ter te encontrado, quando estava tão sozinha ao meu lado, na mesma direção? O que é viver em vão, por não ter conquistado tudo que tinha nas mãos? Eu sempre acreditei mais em mim do que em você, se for melhor no fim, desculpa se eu não soube te entender. É fácil te dizer, estando longe de você. Eu já sei que me falta amor, desculpa se eu não sei porquê.

Two years.

Ontem foi um dia solitário demais pra eu escrever alguma coisa, eu tava muito meu, depois de tanto tempo sendo seu; mas não por isso deixei de te pertencer também. Eu só quis me sentir sozinho, e não estou reclamando. Não mesmo. E vou repetir a foto porque eu achei um significado pra ela. Foto tirada, assim, de brincadeira, na casa do Felipe, por fim, ganha um significado. "I need u!". Talvez eu precise mesmo de você, talvez eu não saiba mesmo o quanto eu preciso de você. Durante todo esse ano, eu vi castelos desmoronando, amores encontrando fim, lares caindo por terra a baixo, vidas perdendo sua razão, enquanto mortes a encontravam. E o melhor, eu vi uma paixão se transformar em amor. Tudo mudou, tudo, absolutamente tudo! Exceto eu, e você, e a essencia das pessoas. Você continua a mesma, a mesma menina linda por quem fui, por tanto tempo, apaixonado. Você mudou sua forma de tratar as pessoas, de me tratar; sua forma de pensar sobre nós e o nosso futuro. Mas sua essencia está no seu sorriso, e ele continua o mesmo. E isso me faz crer em como é tão possível esse amor. Não somos mais apaixonados, não temos aquele sentimento avassalador; ou talvez tenhamos, em um dia ou outro. Eu acredito que a saudade traga de volta uma paixão. Mas, de qualquer forma... agora somos amantes! E isso é muito mais lindo do que mil paixões. Vi milhões de casais acabando porque "a paixão acabou", "não tava dando certo", blablabla. Porra, eu consegui construir um amor antes da paixão ir. E me orgulho TANTO disso! Aconteça o que for, tu vai ser o grande amor da minha vida, para sempre, além do céu. Mesmo que já tenha acabado tudo que, de concreto, nós tínhamos. Mesmo que acabe tudo que há no mundo. E eu não vou me arrepender de nada que eu já tenha feito, nada. Eu fiz tudo que quis fazer, te dei o melhor amor que eu podia ter, e, talvez fosse tudo que eu podia te dar. E tomara, mesmo, que eu possa te dar muito mais, e que tudo que eu sonhei, planejei, programei contigo possa se concretizar. E, eu vou esperar por isso, como eu sempre esperei, como eu sempre vou esperar. Realizando ou não, eu vou esperar. Obrigado por tudo, por todo esse tempo, por todo crescimento, por tudo. Feliz dois anos.

Imutável

Chutou o balde, cheio de histórias, lágrimas, noites em claro, textos e mais textos. O balde que fora branco e, agora, já está imundo de sujeira, mentiras, dores, angústia. Uma vez derramado, não volta mais. Todo conteúdo ali era líquido, e se foi. Pra sempre. Imperceptível a mudança. Tudo mudando e se renovando. Eu continuo o mesmo, eu nunca vou mudar. Eu mudo meu comportamento com aquele ou com aquele outro que me faz mal. Mas eu, eu não mudo. Eu mudo minha opinião sobre aquilo ou aquilo outro, se percebo o erro ou a falta de veracidade. Mas eu, eu não mudo. Nunca. Mesmo com o balde virado, com tudo no chão, jogado fora, eu continuo o mesmo, e não ainda assim, não sinto a mínima vontade de mudar. Eu me adapto, acostumo, controlo, deformo, modifico, movo, volto, mas eu não mudo. Eu não mudo.