sábado, 26 de junho de 2010

Brincadeira de fingir

Eu a vejo quase todos os dois. Hoje não. Hoje é sábado. Eu vejo o meu passado se materializando bem a minha frente. Ela finge que não me vê, eu finjo que não a vejo. Ela finge que não se lembra de mim, eu finjo que ela é só mais uma. Nessa brincadeira de fingir, descubro a mesma inocência nos seus olhos, o mesmo medo em seus lábios; o mesmo perfume que me acompanha até em casa.

Eu finjo que consegui dizer tudo em três linhas, ela finge que nunca escreveu nada direcionado à mim, nem me preocurou quando eu sai dali.

E nessa brincadeira de fingir, eu finjo que vivo bem agora e ela finge que vive.