domingo, 30 de agosto de 2009

Quase lua cheia pt2


Quero continuar mentindo o que eu sinto, como me sinto. Mas essa lua vem me trazer tudo que eu estava evitando, tudo que me tirava o sono e me fazia pensar no que eu queria esquecer. Essa lua me faz ser eu mesmo, e eu não consigo mais me enganar. É estranho, todos se convencem dessa minha nova vida, menos eu mesmo. E só eu sei a falta que eu sinto de ouvir aquele "só sua, pra sempre". Só eu, essas paredes e essa lua.

Quase lua cheia

Abriu os olhos e viu quão pouco produtiva era a vida que levava. No outro dia, ela acordou com a pior dor no peito que já tivera até então; ele já era dela, o coração dele escapou entre as frestas da mão e dos erros dela. Contudo, ela estava livre; não era mais dele. E isso, de alguma forma, a incomodou muito. Ela queria aquela proteção e segurança que sentia ao ser dele. Abraçar o travesseiro foi a forma mais fácil que ela encontrou de sentir isso. A sensação matinal era a pior de todas. E pra piorar, isso aconteceu durante alguns dias ou algumas manhãs... ou ainda acontece. E estranho é que ele sentiu/sente a mesma coisa, ao mesmo tempo. E nesse momento em que eles percebem que a magia não está perdida, ainda. E que viver e sofrer à dois é melhor que viver e curtir sozinho.

De novo, aquela sensação de vazio me invade e me mostra que não há mais nada dentro de mim, além de uma pequena vontade de viver. Pequena mesmo, ao ponto de ser irrelevante em meio a tanto vazio. Talvez assim seja realmente melhor.

Os olhos não mentem, o coração não mente. A lua não mente, nunca.

sábado, 29 de agosto de 2009

Eu nunca vou te abandonar

Eu olhei pro céu, ainda escuro e consegui ver minha luz a brilhar. Ressurgiu, renasceu, no interior de mim, de nós. Renasceu totalmente diferente, mais perfeito ainda. Eu fechei meus olhos e pude te ver, tão linda como sempre. Meus olhos são teus, meu coração é teu, eu sou teu. E tu vai ser única, a minha única. E tu vai viver para sempre em mim e em todas as músicas que nos lembram e em cada parte de tudo que me cerca e em cada parte da minha vida. Eu vou construir um 'nós' nosso, e eu vou te fazer sorrir nos dias mais díficeis e eu vou enfrentar tudo contigo e eu vou superar cada pequena pedra com você. A esperança vai crescer em ti, a felicidade vai te conduzir ao nosso destino. Talvez ainda esteja em tempo de mudar esse final. Talvez já esteja na hora de não mais esconder o motivo que me move a cada dia. A.

Restos mortais

E essa canção
Vai para pedir meu coração.
Minha vida eu vou viver
E não quero mais que tu venha me dizer
O que, na verdade eu devo fazer

E estes versos vão pra te mostrar
O que tu há de ganhar
Nessa sua vida
Nessa sua ida.
As promessas quebradas
E tua carta jogada.

Por mais que tu tente relutar
Um dia tu há de enxergar
Que não há mais nada que te possa amar
Como eu te amei,
Como eu te esperei.

E não me procure mais
Tu não vai achar
Nada além de restos mortais.

E tu não quis
Não aproveitou para ser feliz.
Foi a escolha tua
Só espero que encontre tudo
Nessa rua.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Previsão

Foi como eu te disse, foi como eu pensei. O filme se repetiu. Você vai, de novo, mergulhar no teu mar de ilusões, deixando pra trás o que tinha de mais verdadeiro na tua vida. O filme se repetiu. Mas dessa vez sou eu quem escrevo o roteiro, e o final já está pronto, esperando pra ser encenado. E o final só eu sei. E o final é só meu.

Porque eu nunca fui muito bom nisso. Foi como eu te disse, foi como eu pensei. Estava acabando, ainda teríamos tempo de segurar firme nossas mãos e não deixar nunca que o nosso laço se rompesse. Foi como eu te disse, foi como eu pensei. Agora já acabou. Deixamos que acabasse, deixamos que perdesse.

Eu te disse "não quero ter que perder você". Foi sincero também. E você se foi, num processo de degradação. O pior de todos. Basta uns dias para que eu saia de vez da tua vida, ou que tu me tire dela. Basta umas palavras para que tu me derrube outra vez. Basta mais algumas palavras para que eu me convença definitivamente da minha vida.

Foi bom, vai ser eterno sim. Pelo menos em mim. Sua imagem em mim não poderia ser melhor. Sua imagem. Sua imagem era o que eu queria comigo para sempre, para sempre mesmo, enquanto existisse vida ou depois que a vida acabasse. Agora eu procuro encontrar tua imagem em outras pessoas, em outras coisas, em lugas onde eu nunca vou encontrar. Sua imagem é só sua, seu lugar é só seu.

E o que eu queria te falar era que eu não saberia viver sem essa tua imagem. Mas não falei. Você nem queria saber. Deixa que o tempo te diga, que o tempo te mostre o que eu sinto, que o tempo te ensine a viver e a amar.

Uma visão deslumbrante do céu. Um arrepio constante. Uma imagem flácida. Um amor morrendo. Uma história a menos.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

E agora eu digo adeus

Eu te amei sem querer nada em troca, além de ter você. Eu te quis como ninguém já mais me quis. Eu me dediquei à você mais que à minha própria vida. Eu deixei de viver pra mim e vivi pra você. Eu larguei as minhas coisas e fiquei com as nossas coisas. Eu nunca quis um tempo pra mim. O melhor tempo era passando junto de ti. Eu temi tanto esse dia de hoje, de ontem. Temi tanto, mas tanto, que agora que chegou eu não consigo acreditar. Por isso te peço perdão, é só uma questão de tempo, espero que tu entenda.
Eu te dei o que nunca recebi de ninguém, eu te dei até o que eu nem sabia que tinha. Tu descobriu um coração em mim, e mais que isso, pegou ele todo pra você. Tu foi minha salvação e depois minha perdição.
Talvez um dia eu canse de viver assim, sem coração, e o peça de volta. Talvez um dia alguém seja capaz de conquistar o lugar vazio aonde se alojava o tal do coração. Duvido muito.
Nada como um dia após o outro.


Foi quando o dia chegou antes do amanhecer, quando o coração parou antes mesmo de eu perceber, que estava perdido ao te encontrar, que estava sozinho no mesmo lugar. Eu me despeço como quem não vai voltar. Você deixou de acreditar, você chegou a duvidar de mim. Você perdeu o seu lugar, que por muito tempo eu guardei aqui. E agora, eu digo adeus. Pela manhã o sol se foi, e o dia escureceu. O sentimento foi traído quando tudo se perdeu. Estava perdendo todo meu ar, estava perdido no mesmo lugar. Eu me despeço como quem não vai voltar. Estranho é o deserto dentro de ti, e os muros que me impedem de chegar, a hora marcada de um triste fim, e o medo que eu tenho de errar. Partindo pt. 2 - Abril

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Siceridade, minha


Aquele foi o "eu quero você" mais sincero vindo de mim, depois de todos aqueles que, sem ver, eu te falei nos nossos momentos mais eternos. Ontem foi sincero, muito sincero. Mas de que vale toda a sinceridade se minhas palavras já não têm efeito, em você?
Não sei porque hoje eu ainda acordei assim. Já está bom pra mim. Eu já entendi como tem que ser, difícil é me convencer disso.
E eu só queria motivos que me fizessem não querer voltar atrás, voltar no tempo, voltar.
Eu tô me perdendo cada vez mais, e talvez só você consiga me achar outra vez.

Esse sono acumulado acaba comigo. Voltar a dormir direito agora é uma questão de necessidade. Me deixa voltar a dormir. Me deixem voltar a dormir.

Músicas do dia: 1997 - Hateen; Yuti - Abril; Você nem vai saber - Hevo84

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

No te vayas de mi vida

E bastou um segundo em silêncio pra que tudo voltasse. Meus pensamentos sobre você e o que seria de nós dois. Sobre o que se passa dentro de você. Talvez eu até te entenda, em cada vírgula ou tom de voz. Mas você não tem ideia do quanto isso me dói, ou o quanto me custa te entender. É estranho ver que eu não sou o bastante, e que acabou. É estranho ver a chuva a janela e não ter aquela antiga sensação. É estranho pensar em você e entender que não é minha. E mais estranho que tudo isso é assumir pra mim mesmo que é verdade. E que esse é só mais um choro sem sentido ou uma insistencia em vão, que não vai trazer nada de volta. Nada vai fazer alguma coisa voltar. Só espero que você realmente saiba como é pra mim dizer isso.

Relato do dia de ontem

Ontem foi, quiçá, um dos dias mais importantes para essa minha fase. Eu acordei meio dia, com o Felipe e a Mariana dormindo aqui também. Depois de uma longa noite com internet, café, coca e uma parada de maracujá que tinha na geladeira. Longa noite sem malícia, estávamos como irmãos mesmo. Talvez a noite tenha influenciado no dia de ontem também. Aí minha mãe me ligou, ela tava na casa de uma amiga, eu pensei comigo: "eu vou pra almoçar e venho embora, deve ser aquela merda de sempre." E pedi pra ela vim me buscar. Começando por aí, na verdade veio a amiga dela, Maria. Amiga de longa data, sabe aquela amiga, amiga mesmo, que se afasta de você, mas sempre que tem oportunidade conversam como se tivessem contato diário? É bem dessas. Eu me lembro da Maria desde criança, na época que a minha mãe tinha a farmácia. Ela trabalhava pra minha mãe, na farmácia, e cuidava de mim nas horas vagas. Hoje ela continua trabalhando em farmácias... Passou por muitas e agora está na de um tio meu, irmão do meu pai. Eu não gosto muito dele também, por motivos que talvez um dia eu fale. Mas continuando... Vieram a Maria, a filhinha dela, a Iolanda e a Suellen. E no caminho até lá piadas rolaram soltas. Nos aproximamos de um bar e Maria disse: "o que você quer beber, Marcelo?", e eu disse que queria coca, eu não bebia perto da minha mãe. Ela deu um sorriso e falou: "uai, você já cresceu, rapaz." e entrou no bar. Eu pensei nisso. Realmente tinha crescido, já tinha passado da época da "coca-cola", não que beber álcool seja uma forma de crescimento, mas já não havia motivo pra eu evitar isso perto da minha mãe. Eu pouco pensei e logo ela já estava entrando no carro, com duas sacolas. Comprou duas garrafas de Coca, algumas de cerveja e uma de pinga. Eu, não aguentando de curiosidade, perguntei: "uai, Maria, você bebe pinga?", ela respondeu: "pinga pura não, a gente faz caipirinha. Você bebe isso?" eu dei uma risada e disse que bebia. É estranho pensar assim, mas eu tenho 17 anos, e até então me tratavam como menos, e não como um adulto ou adolescente que sou. Até porque há 4 anos atrás eu era o mais o novo da família, não só da minha, mas de toda família paterna, e apesar da vinda da minha irmã acho que ainda me consideravam assim. Até anteontem. Aí eu cheguei na casa da Maria. Tava cheio lá... Até mesmo porque mora muita gente numa casa só. Mas ao mesmo tempo é tão aconchegando que só estando lá para saber. Estavam lá minha irmãs, minha mãe, a amiga da minha irmã que é sobrinha da Maria e umas amigas delas, o cunhado da Maria e a irmã dela. Eu deveria me sentir no céu porque depois do Jucelino, eu era o único homem lá. Mas não... Assim como na noite anterior, o sentimento fraterno falou tão mais alto que era impossível pensar em outra intenção. Até mesmo porque eu não queria, minha "outra intenção" nem aqui estava, coisa que eu vou comentar mais pra frente. Aí eu entrei na casa e lá nos fundos, no quintal mesmo, tava uma churrasqueira queimando carvão, e todas aquelas pessoas sentadas em volta de uma humilde mesa. Na mesa tinham uns tiragostos e uns copos limpos. Eu peguei um copo e me servi com Coca. Até eu achei estranha essa minha atitude. Eu costumo ser tímido na presença de terceiros e ter dificuldade até mesmo pra me mexer. Mas como eu havia dito, lá tu se sente tão em paz que nem tem timidez, mesmo desconhecendo algumas pessoas. Me sentei ao lado da minha mãe e fiquei por um tempo ali, calado, escutando aquelas musicas e os assuntos, comendo alguns pedaços de carne e com meu copo de Coca. E sem eu nem perceber, meu copo foi trocado. E as musicas e os assuntos me faziam sentir tão no meu habitat. As músicas eram aquelas dos anos 60/70/80, românticas, apaixonadas e outras coisas mais. Eu tentava não prestar muita atenção na letra, eu não eu tava num bom momento de ouvir esse tipo de música. Mas estava bem, muito bem. E as eu gostava das músicas. De repente, eu entro no assunto deles. Mas nessa hora já não havia mais quase ninguém por lá. As meninas, amigas da minha irmã tinham saído. Minha irmã tava em algum quarto. Só tinham os "velhos" lá naquele quintal. Aí começaram a falar de música, e então eu disse: "é, eu também gosto desse tipo de música." e minha mãe completou: "eu conto da minha infancia pro Marcelo e ele diz que queria ter sido meu irmão, pra viver as coisas que eu vivi." E realmente era assim... Eu acho o mundo atual tão banal. Mas continuando. Aí a Maria falou que aquela que estava passando era linda e começou a cantar. Foi uma das únicas em que eu reparei a letra, e era realmente linda. Aí eu entrei no clima e comecei a falar de cantores que eu também gostava, que eram dessa época. Papo vai, papo vinha, eu tomei dois copos de caipirinha. Começamos a falar de sentimentos. Do meu pai, dos meus avôs. E acho que ainda não retratei aqui, mas eu ainda farei um post só pra falar sobre eles, Iolanda e João. Aí falamos o quanto meu pai era bom pra todo mundo, menos pra ele, que eu herdei isso dele; eu prefiro ficar mal ou sair perdendo do que deixar alguém mal ou tirar alguma coisa de alguém. Falamos sobre amizade, paixão, gravidez, sexo, bebida, direção, acidentes; isso tudo em meio a piadas e histórias. Aí botam um DVD na sala, do padre famosinho aí, hehe. E minha mãe vai lá ver. Dai ela me chama, eu disse que não, mas ela insistiu. Ainda bem. Eu fui lá. Ela me abraçou e falou tudo que queria me falar. Tudo que uma mãe sente por um filho. Daí ela me olhou, com as mãos no meu rosto e os olhos cheios de lágrimas, me disse que me ama demais, mais que tudo. Aí até eu não aguentei, comecei a chorar. E ela falando e falando. Eu não quero muito entrar em detalhes, farei outro post só para isso. Aí quando terminamos nossa quase-conversa. Quase porque só ela falava, nenhuma palavra conseguiu sair da minha boca. Eu voltei lá pro quintal, bebi um pouco de cerveja e voltei na sala. Minha mãe tava conversando com a amiga da minha irmã. Minha irmã tá num momento complicado, e tem umas amizades que não ajudam muito; a gente precisa afastar ela disso. Era o que minha mãe dizia. Eu entrei no papo, dei meu palpite e o celular da minha irmã tocou: era o namorado dela. Mas ela tinha ido na casa de uma amiga ali perto. Minha mãe disse que ela tava no banheiro, pra ligar daqui um tempinho. Aí fui eu e a amiga dela lá levar o celular. Dai chegamos lá, e ela resolveu voltar com a gente. Ok, estávamos fazendo o curto caminho de volta e o celular toca de novo, minha irmã atende. E de repente escutamos um barulho vindo da esquina de baixo. A menina disse: "batida!". Umas motos saíram correndo na nossa frente, e a gente foi até onde veio o barulho. Uma moto bateu na lateral do carro. Mais cedo conversando, eu tinha contado que nunca tinha visto um acidente nas conversar lá. Aí nos aproximamos do local, o guidão da moto tinha entortado, a menina que tava na moto fez uma fratura exposta. A mão dela virou totalmente, ficou presa nos músculos e na carne. Dava pra ver o osso. Foi traumatizante. Muito. E também tinha quebrado a perna. Aí a Maria chegou perto pra tentar acalmá-la. Depois de um tempo os bombeiros chegaram. Mas ficamos ainda conversando disso por mais um tempo. Aí voltamos lá pra casa da Maria, comemos um cachorro quente, jogamos mais um pouco de papo fora. E então começou uma chuva muito muito forte. Dai eu disse pra minha mãe que a janela do meu quarto ficara aberta. Ele ligou pro meu pai, ele ainda tava aqui, ele fechou, e ainda disse que tava goterando, por umas telhas quebradas. Eu bebi um café, bom até. Aí passou um tempo e a gente veio. Era umas 7 e pouco isso. Cheguei aqui, meu quarto todo cheio de água. Eu pensei: "pelo menos vou ter que ficar sem entrar na internet." e ontem eu tava mesmo precisando disso. Aí vi TV, comi um pouco de miojo, escrevi um texto pequeno no meu caderno e deitei no quarto da minha mãe pra dormir. Consegui isso eram umas 2 da manhã.

Conclusão principal - minha idade mental não corresponde com a minha idade física.

Retratação

A verdade é que eu sou um bom criador de histórias. Descobri isso na minha tentativa de escrever um suposto livro, tentando relatar o que eu vivi, vivo, quero viver ou queria ter vivido. Mas ainda assim, foi inventado. Ficou tão real aquela escrita que até eu mesmo cheguei a acreditar que poderia ter acontecido... Como aqueles livros famosos de Machado de Assis, como Dom Casmurro, que todos comentam, como se fosse um fato verídico. Mas quem me dera chegar ao pés do mestre Machado! Enfim, eu só precisava mesmo explicar, até pra mim mesmo, a fonte de alguns ou um texto aqui postado: minha imaginação e capacidade criativa.

Hoje tenho muita coisa pra postar.

sábado, 22 de agosto de 2009

Vocês me fizeram bem

Sinto o gosto do teu beijo e parece ser de verdade. Mas só parece. Os sutís vertígios da vericidade de tal fato vai desaparecendo assim que eu abro meus olhos, e enchergo a real realidade. Aí o gosto do teu beijo parece se distanciar, porque esse mundo não é mais nosso e é extremamente confortante encontrar contigo nos meus sonhos e ter a plena sensação de que tu tá aqui. Nós mudamos tanto. As vezes não tenho mais vontade disso, vontade de você. Mas basta meu coração pulsar mais forte por um momento pra eu ver e sentir tudo de novo, como no início. Eu não preciso de muito, e não quero muito de você. Na verdade, eu não quero mais nada de você. Não posso querer alguma coisa, uma vez que você não vai me dar. Por isso eu parei, e tô à espera do tempo, esse tempo aí que você disse naquela nossa conversa destruidora e eterna, como algumas que já tivemos. Marcas não são apagadas, entenda isso de uma vez, marcas boas e ruins são eternizadas por sensações estremas; exatamente o que eu senti contigo, todo o tempo.

A minha sombra não me engana mais, eu cresci. Meu espelho não me engana mais, eu vivi. Minhas palavras não me enganam mais, eu evolui. É triste que você esteja parado e não veja nada de todo meu amadurecimento. É realmente lamentável a quantidade de coisas que tu tá perdendo. Sabe, cara, essas coisas não voltam, nunca mais, nunca mais. Mesmo que tu quase se mate, essas coisas não vão voltar, por nada nesse mundo. Até mesmo porque eu farei de tudo para que elas não voltem e tu arrependa de tudo e sofra tudo que eu sofri e viva tudo que eu vivi.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

A verdade dessa noite

Na verdade, o que eu não te disse foi que eu sinto falta dos nossos dias, do nosso mundo, de você, da minha parte de você; que teus olhos são lindos e eu os imagino aqui toda noite; que eu queria voltar a ser o mesmo de antes e fazer as mesmas coisas de antes; que todos os filmes e músicas me lembram você; que eu derramei lágrimas todos os dias em que perdia uma parte de você; que eu me torturava com nossas promessas e o rompimento delas; que eu odiava o modo com que tu tentava me consolar, como se fosse mais fácil pra você do que pra mim.. isso piorava mais ainda; que eu não queria lembrar do passado; que tuas palavras ecoam no meu pensamento; que tua voz é linda e eu acredito no teu futuro; que ninguém nunca vai te amar como eu te amei ou te amo.. costumo misturar passado e presente, você sabe.

Na verdade, o que eu queria era não ter te deixado sair, ter feito você escutar tudo que eu tinha pra te falar. Na verdade mesmo, eu queria ter sabido o que falar; palavras que te convencessem a adiar esse momento, essa confusão. E eu queria ter feito sua mente, e convencido você de nós dois superaríamos tudo e que eu nunca ia te abandonar e que eu largaria tudo outra vez só pra te ter.

Na verdade, eu já não sei de mais nada, e esse não é só mais uma frase pra encerrar o assunto. Não, pra mim. O remédio, a chícara, o computador, as cifras, a guitarra, a câmera velha, o caderno antigo, o celular carregando, a cama bagunçada, a palheta jogada, o travesseiro me esperando, a noite me olhando, o céu tentando me intimidar e as estrelas fugindo de mim, sapatos pelo chão, quadro vencido na parede, um mofo aqui outro ali, o cortina empoeirada, a cor exagerada, meias jogadas, farelo de biscoito no chão, confusão na cabeça, aperto no coração, nózão na garganta, a tv chiando algum filme e o panfleto desleixado.

O teto do vizinho, a escuridão assustadora, os pregos no muro, o muro, a janela meio-aberta. A lua me abandonou, hoje.

Foto: hoje, com meus meninos.
Música: Partinho pt. 1 - Abril.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Narração daquela noite


Parece irreal, mas ao tempo é real demais para ser irreal. Esses papéis com escritos pra você se esconde em meio a poeira, às chícaras de café, aos velhos guardados. De longe, consegue transparecer algumas palavras daqueles papéis. "Mudou, minha vida, você, seremos mais, melhor, diferença, vai superar, prevalece, te mostrar". Eu sempre fui muito esperançoso quando se trata de você. Fui, não sou mais. Fato que sempre vai haver aquela esperança boba lá no fundo, mas não mais como antes.

O medo volta a me buscar, e essas sensações torturantes destaca mais o tal medo. Eu tenho medo de você e do que eu possa querer com você. Medo que do possamos fazer e da consequência disso.

A tua respiração no meu pescoço parece ser um convite à grande entrega; em contra-mão, o arrepio na espinha é um aviso para pararmos. Qual ouvir? Ok, ouço coração. Me deito pensando no que seria certo pra aquela noite, eu não deveria ter chegado tão longe com você. Eu não gosto de você, só tenho medo de gostar, o que, necessariamente, faz com que eu não goste.

Agora a consciência pesa e o coração sente dor. Agora há um vazio no meu quarto. Agora eu tento encontrar em mim vestígios de você, teu cheiro da minha roupa, tua marca na minha pele, tua presença nas minhas paredes. Agora eu me pergunto como fomos chegar à isso. Agora eu percebo que quero me afundar mais nesse novo sentimento.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Soneto das mudanças

Mudanças acontecem, pro bem ou pro mal
Só espero que dessa vez não seja fatal.
Eu já dei tantas voltas nessa vinda minha
Que já não lembro de quando ela era tão mesquinha.

E eu só queria ter a capacidade de aproveitar
Viver a vida sem querer voltar.
Seguir em frente, sem nem me importar
O que, de mim, os outros vão pensar.

Ok, nada mal para mim até agora
E talvez ainda não tenha chegado a hora
De vermos juntos aquela aurora.

E talvez ainda esteja em tempo
De seguir o rumo do vento
Mas não deixar de ser atento.

Marcelo Ribeiro

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

O arranjo certo

Quero achar o arranjo certo
O momento que te traga pra bem perto.
Quero te ver numa tarde chuvosa
E então conseguir te entregar aquela rosa.

As flores que eu guardei para você
Eu não sei se você vai querer
Mas estão plantadas no mais profundo do meu ser.

Aquela canção que te fiz
Tá guardada esperando tu pedir bis,
Com aquele arranjo incompleto
Porém com um amor repleto.

Aquele poema que eu te escrevi
Guardei para que um dia eu possa dizer
O que antes de ti eu vivi.

E eu ainda estou a procura
Do arranjo certo para essa canção
Que pode ser a cura,
A cura da nossa loucura
A nossa loucura de amar e se entregar
Sem ver o que amanhã virá.

Marcelo Ribeiro

Bem isso

Ninguém nem percebe como estou, ninguém nem se interessa em saber. Mas eu sei que essa dor ainda vai ter fim, e vai me tornar mais forte, e vai, então, endurecer todos meus sentimentos, para que assim eu não corra mais o risco de adoecer outra vez. E eu sei, ninguém nunca escutará minhas canções, nem lerá meus meros textos ou sentirá meu pranto. Eu sei, ninguém nunca vai ser capaz de estar no meu lugar. E é na fraqueza que eu encontro minha força... Eu sou forte, mais que você, mais que todos que tentam ser fortes.
Eu poderia escolher o caminho mais fácil, simplesmente sair disso tudo e viver para mim, me fazer feliz e não me importar mais com nada do que venha de você ou de vocês. Mas uma hora eu teria que enfrente de frente e peito aberto tudo isso que me faz sangrar... Porque não agora? Pois bem, vou continuar com isso, vou enfrentar, e vou seguir o manda meu influenciador.

Vou comer, depois escrevo mais. Beijos.

Já terminei de comer e voltei. Continuando.. vocês só sabem dizer que eu mudei, que eu já não sou o mesmo, que não demonstro as mesmas coisas. Mas e você, você continua o mesmo, aí dentro? Eu sei, troquei umas calças, o corte de cabelo e talvez até minhas companhias, mas meu interior, ele tá intacto. Ou pelo menos é como eu estou tentando deixá-lo, apesar de tudo. A pessoa muda de verdade ao mudar tua forma de pensar, de agir e de viver. Sei que pouco sei sobre a vida e tuas manhas e tuas artemanhas, mas o pouco que sei é o suficiente pra me ajudar e permanecer com a minha exência... Ela não muda nunca! Porque nada me tira meus sonhos, antigos sonhos; nada me tira meus pensamentos, antigos pensamentos; nada me tira meus amores, antigos amores. Ao mesmo tempo que tudo tá tão complexo, tá tudo tão simples... Não sei se há ou não motivos ou razão para continuar, para viver. Tu não me deixou te mostrar tudo que eu queria, tu não me deixou te apresentar tudo que eu mais desejava, e só isso é capaz de me matar por completo; dos lábios ao coração.
Respostas, kd.

domingo, 16 de agosto de 2009

E eu

E eu, que pensei que ainda tinha tudo... E eu, que imaginei que alguém ainda estava ao meu lado... E eu, que não queria aceitar a solidão... E eu que não estou preparado para isso... E eu, que nunca gostei de falar de amor... E eu, que até hoje não sei amar.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Hasta el cielo

Eu não vou te ver, eu não vou te ter, não vou mais escutar teu riso, adimirar tua face. Eu não mais te farei sorrir nos dias difíceis; mas se lembra quando eu te fiz esquecer todos os problemas e só pensar em nós? É, eu sei que não lembra, já tá contínuo. Eu não vou mais te imaginar, nem te querer. Não vou mais me importar contigo, nem com teu mundo, nem com o que os habitantes do teu mundo pensam de mim. Os estranhos me cuidarão por um bom tempo; tempo em que eu estiver fora, e totalmente desacompanhado. Eu não vou te encontrar e nem segurar bem forte a tua mão. Eu não vou comover com as tuas palavras, nem com as tuas lágrimas. Eu não vou me apertar o coração com a ausência tua, nem me arrepender por não conseguir sempre lutar por você. Eu vou te deixar sair da maneira que quiser, vou te deixar escolher teu rumo, seguir tua própria vida. Eu não vou insistir mais, eu não vou suportar mais tudo aquilo por você. Eu vou te ver em outros braços que não são os meus e não cairei em prantos. Eu vou te ver vivendo a tua vida e não despedaçarei meu coração. Eu vou ver o quanto estou perdido, e isso não vai me fazer mais confuso. Eu vou tirar você de cada parte de mim e implantar um outro nome na minha boca. Eu vou te mentir até o fim, pra ver se assim, tu consiga enxergar quão intenso é tudo isso que me faz repetir a frase mais clichê de todos os tempos!

Marcelo Ribeiro

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Vai demorar


Entenda então que eu não sei perdoar, eu não sei entender, eu sou machista. Eu nunca vou esquecer. Eu não quero mais viver. Eu não quero falar, não quero brincar. Eu não sei sorrir, não sei chorar, não sei amar, não sei ver. Eu sou louco. Totalmente louco. Como ninguém nunca fora. Eu tenho saudades, eu tenho angústia, eu tenho arrependimento, eu tenho piedade, eu tenho ódio. Tanto amor convertido em ódio. Oh, doce desejo de vingança! Tão prazerosa vingança; tão minha vingança.

Tão distante essa tal felicidade, tão distante esse tal futuro. Tão distante esse tal amor.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Mesmo sabendo que não virá


É um grande contraste; a imensa vontade e a falta de coragem. Eu não quero mais condenar minha boca por falar o que meu coração grita para meu corpo. Eu não quero mais condenar minha imaginação por ser assim, tão vulnerável. Não quero mais me olhar e não me conhecer. Eu não quero tanta coisa, e ao mesmo tempo quero tudo. Eu só quero voltar a vivier, respirar sem dor. Quero voltar a falar de amor. Tua história já não me interessa, tua opinião se afundou no teu mar de críticas. Eu não vou me esquecer de você; não quero esquecer teu nome, ou o que ele já fez comigo. O conto acabou, para mim, para nós. Esse ar vai chegar até você e eu sei disso. Eu, um dia, vou conseguir alcançar!

Marcelo Ribeiro