quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Copo-de-leite

Decida-se, agora. Você é mais do que diz, você é mais do que acha que é. Decida-se. Chore todo o dia, se essa for sua vontade; não segure risos; masque chiclete; olhe pro céu, todo noite, às 10 horas, a Lua está sempre linda à essa hora. Por sinal... hoje a lua está pré-cheia. Não vejo a hora de deitar sob a luz desse grande satélite, juntor de todos os amores e olhares.

Solos, um acorde aqui, outro acolá, drive ali, dá um tempo entre essa batida e essa... Faz o ritmo um pouco mais rápido, não, tanto! Isso, perfeito! E fim, mais uma música. Ou um projeto disso.

E a justiça vai ficando distante e intocável, a vingança tenta se aproximar; a carne é fraca. Dá vontade de... de esquecer que sou um tal Homo Sapiens. Aliás, acho que tem faltado taanta "sapiensia"!

Talvez mil rosas te tragam de volta.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Inanimada

Eu queira um abrigo, eu queria me abrigar no teu coração. Eu tentei fugir, me distanciar, te enganar e me enganar. Um erro quase tão irremediável quanto a pior das mentiras.
Olhares desviados, diálogos com meias-palavras, sentidos desvirtuados, amantes distintos e, depois de todos impecílhos, o teu sorriso, singelo sorriso.

E talvez eu seja novo demais ou apaixonado demais. E talvez eu tenha amadurecido demais ou esvaziado demais. Aos poucos as palavras vão me fugindo e, mesmo se eu quisesse, eu não sei falar de sentimentos. Eu quero falar do amor, do poder, da causa, das consequencias. E eu já não sei o que é o amor.

Meu vocabulário tão pouco-amplo anseia por complexos e vastos significiados. Eu sempre preferi a qualidade do que a quantidade. Eu sempre preferi ter uma coisa só, que fosse tudo, pra mim. Eu sempre assumi minhas carências e desejos em uma pequena porção de seres animados ou inanimados.

Minha cabeça dói há dias e a cama grita meu nome, enquanto eu... grito o teu.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Sobre você, sobre mim

Vem aqui, senta do meu lado; quero saber de você, agora. Me conta seu último sonho, de como tu era na escola aos 10 anos. Me conta como veio parar aqui, de tudo que passou antes de me encontrar. Me conta o que tu sente ao me ver e como você me imagina. Chega um pouco mais perto, sente o meu cheiro e me diz o que isso te desperta. Me conta do seu ultimo relacionamento, do seu ciume, da sua raiva, da sua mágoa, da sua proesa. Me conta do seu quarto, o que tu pensa antes de dormir, se procura por mensagens minhas no teu celular ou olha pro céu tentando se convencer de que eu também estaria olhando para o mesmo ponto que você. Me conta porque é que tudo foi assim, porque as coisas mudaram e porque tu acha que eu tenho uma parede do quarto azul. Me fala dos teus limites, ou da tua falta deles. Me fala dos teus amigos, das tuas histórias, das tuas noites e músicas. Vem aqui e escuta o que eu tenho pra te dizer. Eu quero viver contigo meu último romance e saudade, saudade é tudo de você que ficou imbuído em mim, tudo que não me deixa te esquecer. E saudade são os nomes destintos que viram teu nome ao fitar dos meus olhos. E saudade são as vozes que viram a tua ao soar nos meus ouvidos. E saudade é a sensação que fica, aqui e ali; é o que ocupa todo o espaço que antes fora preenchido com a tua presença. E saudade... é você aqui, e eu aí.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Terça

Noites frias e escuras. Calafrios e choros constantes. Arrepios involuntários. Corpo imundo. Mente cheia. Coração, ah, coração cheio. Bagunça, alteração, desconforto, desinteresse, distância, desamor, desesperança, mentiras, promessas, ligações, desligações, marcas negras, caminhos desconhecidos, experimentos perigosos, vícios arriscados. Vida arriscada, vida mal escrita.

More more more

Eu quero mais. Isso ainda é muito pouco. Eu não sou quem se contenta com pouco. Não me importo que tenha se perdido, eu só quero um pouco mais. Um pouco mais de você, de nós, de uma conversa, de uma declaração. Eu quero um pouco mais de um último romance! Eu quero que esse seja meu último romance. Pelo qual eu procurei a vida inteira, o qual eu sempre idealizei. Não me importo mais quanto tempo passou antes disso, não me importo nem com quantos estiveram no meu lugar, eu só quero mais desse ultimo romance. O fim é muito grande, longo, amargo. Eu quero mais, mas eu quero mais de alegria, de querer, de amar, de viver, de sentir, de gostar, de compartilhar, de se apaixonar. Se apaixonar... é uma coisa tão, momentânea. Se tu te apaixonas por alguém que acima dessa paixão há um amor maior, tu deves te apaixonar todo dia, a todo mundo. Mas eu quero mais, mais da paixão e da conquista diária. Um combinado: dias pares eu te conquisto, dias ímpares tu me conquistas. Mas eu ainda quero mais que isso, quero que acima do combinado, há uma vontade maior de querer conquistar pra ter sempre ali, aquele bem mais precioso. Mas eu ainda quero mais. Eu quero muito mais de ti. Eu quero, todo dia.
Eu quero mais. Quero lembrar do teu sorriso e da mudança no tom da tua voz, ao perceber que era eu; quero mais da tua voz e do teu sorriso. Quero sentir tuas mãos e suor delas na emoção do primeiro-ultimo beijo; quero mais das tuas mãos e dos teus beijos. Quero te abraçar, fazer teu mundo parar, sentir coração pulsando, bem rente ao meu, no mesmo compasso; quero mais do teu abraço, do teu mundo, do teu coração. Quero te cuidar em dias frios, dias quentes, te colocar no teu pedestal, te cobrir, te acolher, virar noites medindo tua febre e alternando remédios; quero mais dos teus dias, das tuas enfermidades, do teu pedestal. Quero ver tua reação, e a fazer dela a minha alegria. Quero ser tua alegria, seja minha reação, então.

sábado, 17 de outubro de 2009

Pero pierdo, en el intento

E, talvez, eu fosse capaz de viver toda minha vida tentando. Não quero uma certeza; a tentativa já me era uma: certeza do querer, do sentir-se bem. E, talvez, eu ainda esteja disposto a viver toda a minha vida... tentando, com você.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

O que me tornei

Dias sem ver água, olheiras, olhos vermelhos, pratos espalhados, cabelo grande e bagunçado, notas baixas, advertencias, cigarros, bebidas, apego ao travesseiro e ao catchup, 2 litros de coca por dia, desânimo... e afinal, quem é você? Cadê o Marcelo Ribeiro?

One more time

Uma teoria contradita, um assunto inacabado, uma discussão mal resolvida, uma semana estranhamente emocionante. Tanta coisa ao mesmo tempo; ora um alívio, ora um aperto. Meu peito virou agora um acordeón.
Não sei se valeria mesmo a pena, não sei para que lado a balança tá inclinada, não sei nem se ela está de fato inclinada. Minha palavra principal é incerteza e a rotineira é choro. Talvez seja um aviso, talvez não. Talvez isso só seja o funeral de tudo aquilo que vem morrendo. Espero ansioso para o tão temido enterro.

Eu descobri que sou igual a você e isso é uma decepção a mais, porque eu descobri quão tolo eu fui por tanto tempo. Eu queria ser pra você o que você foi pra mim, mas é, meus sonhos nem sempre conseguiram alçar vôo e meus textos nem sempre tiveram efeito. Espero que isso um dia seja reconhecido.

O teu sorriso, assim, bem proximo de mim. Tua respiração se aproximando enquanto acelera meu pulso. Meus lábios tremendo no compasso das tuas mãos, no instante em que as minhas gelevam. Consigo aos poucos me mover e te acompanhar. Aquele teu sorriso.. me intimida tanto! Ao teu lado, pareço um amador; eu me desconheço. É tudo novo, tudo supreendente. Eu sonhei tanto tempo com isso que mal poderia acreditar. Se tuas mãos não estivessem ali, percorrendo meu rosto e me trazendo arrepios, eu duvidaria da veracidade da cena. Tudo aquilo se realizando, naquele dia, com aquela chuva, aquele filme, aquela comida; tudo, exatamente tudo, como fora programado. Você me conta como foi o caminho até ali e eu sorrio como um bobo, nem parece que há algumas semanas atrás éramos tão intimos. Você me critica, me bate, me beija, me xinga, me abraça. Você é tão linda, mais linda do que eu podia imaginar. E sua perfeição... Ah, sua perfeição ultrapassa tudo aquilo que eu já havia idealizado! Esbocei mentamente uma despedida e me aproximei de você que, à essa hora, já estava novamente cercada de pessoas. Eu ainda esperava por aquele beijo, aquele, sabe? E talvez a hora seria aquela, eu só queria o momento. Segurei na tua mão e te puxei para o lugar mais apropriado. E, de novo, me fui surpreendido pela magia do teu rosto, teu sorriso, teu encanto. Te disse, então, a má notícia. Você me abraçou, como uma criança que não queria deixar escapar aquele cara que carregava consigo um bocado de paixão, alegria, bondade, humildade e tudo que tu sempre quis. E aí... aí eu ignorei a magia dos teus olhos e te beijei. Foi diferente, pra nós dois. Você viu que era necessário uma casa, algumas velas e... e nós dois. Nessa hora, minha obrigação de pegar o onibus de volta já tinha evaporado. Sussurrei algumas palavras do teu ouvido e você concordou. Foi inesperado. Não sabia que eu iria querer e nem se você toparia. Você desce do salto e entra no meu carro emprestado. 15 minutos nos separavam do nosso paraíso e esses 15 minutos, foram reduzidos à 15 segundos por aquelas mãos, pescoços e linguas. Então chegamos na casa, na sua casa. Parecia novela.. tudo armado. Fui descobrir um tempo depois que era intuição feminina, entretanto nunca soube lidar com isso. Mas chegando ali, naquele cenário mais-que-perfeito, foram nossos corpos e os instintos dos mesmos que tomaram conta de dirigir e encenar. Um tempo depois de estarmos ali, naquela lua-de-mel improvisada, eu percebo o quão você é estraordinariamente linda! E então dormimos abraçados, entrelaçados e enrolados. Amanhace e você continua ali, dormindo, tão linda como sempre estivera. Te dou o beijo de bom-dia. E aí é hora do verdadeiro eu acordar. Mais um sonho não-contado ou não-lembrado. Mas claro.. não por mim.

domingo, 11 de outubro de 2009

Pior

A cada estouro no céu, era um estouro em mim. Sincronia perfeita. Aquele turbilhão de pensamentos, lembranças, emoções, palavras ditas, palavras escutadas, palavras ensaiadas e palavras ocultadas. Ao fim do espetáculo, eu já estava tão transtornado, como nunca estivera. Palavras ecoaram com o eco mais forte que eu já conheci. E depois não mais consegui desviar o foco dos meus pensamentos de você.
Sentei, encostei a cabeça na parede, lembrei de você, fiz um "remember", lembrei da semana passada, lembrei dessa semana, lembrei da esperança, do corte dela, meus olhos lacrimejaram, passei a camiseta já suja do suor de um dia definitivo, forcei, segurei, engoli o choro, pensei em como você estaria agora, lembrei da decepção e da minha vontade de te abraçar ali, lembrei de tudo que já se passou, ensaiei, ensaiei e depois ensaiei de novo tudo que eu quero te falar. Cheguei em casa, chorei, chorei, chorei, ensaiei chorando tudo que eu quero te falar, pensei em não me humilhar chorando de novo. Levantei, sentei, encontrei minha força, sequei o rosto, sorri, tirei o peso do coração, esperei, o dia mudou, renasci.

Cadê você pra me dizer que tudo isso vai passar?

Eu fujo do mundo, fujo de mim mesmo
Eu fujo de ti
Me escondo em um outro eu
Que não sou eu
Mas quando a lua, enfim invade
Meu quarto que é seu
Meu verdadeiro eu volta
Volta com tudo
Trazendo a tona tudo
De que eu tanto fugia

Esse choro vã me convence
De novo que isso não há de mudar
Eu hei de mudar!
Eu hei de ter forças!
Eu hei de me libertar!

Seguir sozinho eu não quero
Só tô esperando tua chamada
Tua ultima chamada
De embarque pra nossa casa
Só tô esperando tua mensagem
Tua ultima mensagem de boa-noite

E talvez esse seja meu ultimo risco
Meu risco mais arriscado
Meu risco mais temido
E talvez esse seja o risco difinitivo
E talvez eu não corra tanto risco assim
Mas eu guardo aquele texto
Que eu te fiz
Eu te quis

terça-feira, 6 de outubro de 2009

2007

Feche teus olhos
Me encontre dento de ti
Abra meus olhos
Me mostre o que é sorrir

Veja no meu olhar
Tudo que me faz cantar

Por mais que eu tente relutar
Só queria ver você voltar
Abrir a porta e dizer:
Eu voltei por você
Eu voltei pra você

Veja no meu olhar
Tudo que me faz cantar

Agora escuta essa canção
Que eu te fiz
Quebrado o coração
Entra no sonho
Que eu fiz pra nós
Quando estivéssemos à sós

Nossa canção

O medo me calou
E essa chuva já cessou
Talvez eu possa agora
Te acolher nos meus braços
E te ouvir cantar
Nossa canção

Leia tudo que eu te escrevi
Sinta tudo que eu sinto
Estando junto de ti
Venha me ver
E veja que eu não sei te esquecer

Aonde você está agora
Aonde você está

Nos meus olhos e no meu paladar
Pra sempre vão ficar
Lembranças de uma vida
Que não vai acabar
A nossa vida

E aonde você está agora
Aonde você está

Você vai lembrar
Você vai tentar
Você vai amar

Venha me ver
Eu não aprendi a viver

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

05 de Outubro

Eu esbocei tanto um começo, uma forma de iniciar uma fala ou uma escrita onde eu colocaria tudo que eu quero, jogaria para fora, esguicharia como água. Mas são idéias sem ligações; várias coisas sobre vários assuntos, mas nada que os ligue, que os coloque em palavras.

Eu tava em um lugar, com as pessoas mais distintas, totalmente diferentes de mim. Eu tava fazendo algo que eu não fazia há bastante tempo. E aquele pequeno tempo, naquele vasto lugar, foi mais mágico do que eu mesmo poderia pensar. E eu só percebi isso quando eu já tava aqui, distante de tudo aquilo, especial. Eu aproveitei como jamais havia pensando em fazer. Isso me encheu, encheu tanto que eu pude pensar que estava completo; mas não, completo fica muito complexo pra esse contexto. Acho que eu nunca soube definir de fato o que é "estar completo".

A noite cai, a lua se fixa nesse céu, e o frio que acompanha o vento lá fora parece alcançar meu coração, agora. Minhas metas se perdem, meus ombros descem, tais como meu humor, meu ego, meu ânimo diário. Eu acordei bem, junto com aquele amarelo irradiante que invandiu minha janela, sem a minha permissão. O amarelo que permaceu quase o dia todo, até que fosse totalmente borrado com vermelho, cinza, azul, e as tuas outras cores que eu não fiz questão de distinguir.

No fundo, eu ainda quero pagar pra ver, minhas mãos suando novamente, meu coração ora pulsando na garganta, ora apertando meu peito, meus olhos se lacrimejarem de emoção, meus lábios abrirem um sorriso único. Eu pago pra ver a paixão acessa.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Ela dança, eu sorrio; te perco

Caminhos e vontades diferentes. Felicidade distinta. Uma vida tão certa e, ao mesmo tempo, tão errada. Uma vida alheia. É mais fácil de viver a vida de outra pessoa do que viver a tua. É mais fácil tu criar vidas e esconder a tua, de fato. E isso tudo por sentimentos. E isso tudo por fraqueza. E isso tudo por dor.

E eu fui por tanto tempo esse escravo, escravo de mim mesmo, escravo das minhas emoções. E eu estive por tanto tempo enfeitiçado por essa maldição que agora eu já não sei por onde ir, ou em que confiar.

Eu ouço sua voz, longe, você me chama. Suas mãos me encontram, você me explica como chegou ali e como seu dia tem sido chato. Falo meia dúzia de palavras e você sorri. O mais belo sorriso traz todo aquele encanto de volta, aqueles pensamentos e emoções. Meu coração dispara e você se aproxima. Meu coração para e eu você se afasta. Te perco para sempre.