sábado, 28 de novembro de 2009

Balada pra você e eu

Então os dois se acharam na escuridão, ela com os pés no chão e ele não. Seu destino cego a lhes conduzir, sua sorte à solta a lhes indicar um caminho e dançavam lá, em meio a tanta gente, se encontraram ali. O mundo está tão mau lá fora, onde irão vocês agora? E tudo aconteceu quando as mãos se tocaram, quando os olhos nem viram quando a noite chegou. Então eles se deram na convicção, feitos um pro outro, mas por exclusão. Seu destino cego a lhes conduzir, sua sorte à solta a lhes indicar um caminho e dançavam lá em meio a tanta gente; se encontraram ali. E tudo estremeceu: as paredes do tempo, os telhados do mundo, as cidades do céu. Eram os dois avessos aos normais. Ela com os pés no chão, e o chão se abriu, um abismo e dançavam lá em meio a tanta gente; se perderam ali. Nada pára, nada espera. Que o destino assim quisera.

(Balada pra João e Joana - Skank)

As paredes do tempo

Como é possível duas pessoas serem tão iguais? Como é possível eu receber tanta paz de você? Não vá embora, nunca mais.

Mais um 28

Eu sou tão certo e tão errado. Eu vivo de erros e de acertos. Erros, erros, erros. Culpa, culpa, culpa. Quanta ignorância! Por que tem que haver um culpado? Aconteceu, pronto. Sem culpados. Não devemos nos prender por essas infranções das leis que criamos; essas leis não existem mesmo, no mundo real. Mundo real esse que eu não visito há tempos. Eu me fechei, talvez para sempre, nesse mundo paralelo que criamos, nesso mundo onde fui tão feliz, de onde não quero sair; mesmo que o preço para viver ali seja a solidão.

Nesses dias de carência, sou obrigado a reviver tudo outra vez, os sorrisos e as lágrimas, os carinhos e os gritos. Uma história em que os próprios criadores deram fim. Alguns espectadores dizem que é uma peça de teatro, outros um filme e alguns se atrevem a dizer que é uma novela. Novelas têem finais felizes, isso me leva a crer que não é uma história para novela.

Eu te busquei o sol. Olhe lá em cima e tu vai ver, ele brilha o dia todo, 12/13 horas por dia, só pra você. Eu te busquei o sol e nós buscamos a lua. Enquanto a lua habitar teu céu à noite, meu coração habitará a palma da tua mão.

sábado, 14 de novembro de 2009

I'm waiting for you

E, se eu te ligasse, agora, daqui, desse lugar estonteantemente barulhento, te acordasse e te falasse o motivo que me levou a pensar em te ligar? Não, você não ia entender. Isso é, se você atendesse. E, se por acaso, acordasse e me atendesse, diria: a gente conversa amanhã, Marcelo. Viraria para o outro lado e dormiria. Não, eu não ia entender. E é esse o motivo que me faz guardar o celular. Outra vez.
No final de tudo, eu só queria mesmo saber o que fazer com essa saudade, com os escritos destinados à você. Vem. A distância é motivo muito pequeno pra me faz amar menos. Vem. A saudade está apertando tanto ultimamente. Vem. Tudo que eu quero, agora, é ouvir de ti o que tu sente, é te abraçar apertado e parar teu mundo, é sentir tua pele nos meus lábios e depois sussurrar aquelas palavras ou músicas até, por fim, você pegar no sono, e então, eu dividir contigo o mesmo teto, a mesma cama, o mesmo travesseiro, o mesmo corpo.
E cada pequeno detalhe, cada cor, formato, relevo, objeto, e cada cheiro em mim, pertence à você. Ainda que você nunca pudera sentir algum desses tais detalhes. É tudo pra você. Segura contigo. Segura, porra! Eu não quero nada de volta, eu não quero meu coração, meu cheiro ou minha cor. Fica com tudo, cuida de tudo. Para sempre, além do céu. Não me peça pra ir embora, não tente me tirar do meu lugar, outra vez. Me deixa te segurar comigo e não mais te deixar fugir. Vem. Eu quero saciar o meu querer e saber do teu, e saciar o teu. Vem. Quero te ensinar quão mais fácil é lidar com as diferenças, quero te explicar como eu vivo e quero aprender a viver como você. Com você.
Vem. Eu tô te esperando, no lugar da onde eu nunca saí. Vem. O tempo tá passando rápido demais e eu não quero mais nenhum segundo longe. Vem. Eu posso ser melhor com você, posso ser alguém que eu nunca fui até então, posso te repetir tudo que te disse; que só disse à ti. Vem. Eu tô te esperando pra me desculpar pelos últimos três dias.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Amanhã

Eu não gosto de "amanhãs". Eles já me traíram tantas vezes, como tantas coisas e pessoas. E eu não queria deixar pra amanhã. E tu não quis deixar pra amanhã. Duas decepções seguidas talvez fossem menos doloridas. Tu que sempre foi amante do amanhã, poderia ter deixado, então, essa conversa para amanhã. Para deixar a esperança em mim de que talvez nunca fosse, de fato, acontecer.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Nada além de você

Eu sei o que eu te disse / Você sabe e não esqueceu / Eu esqueci
Eu esqueci de te avisar / Que eu repeti à mais alguns ouvidos
Aquelas mesmas frases / Que te fizeram entrar na minha vida
Entrar e sair / Entrar todo dia / Sair todo dia
Acordar e te perder / Dormir e me encontrar
Vem de novo / Esquece a partida / Esquece as horas
Olha em volta / Não há nada além de nós dois
Olha pra mim / Não há nada além de você
Nada além de você / Nada além de você

Teu lugar

Tanto pra falar, palavras tão insignificativas. A angústia bateu à minha porta, entrou e pairou no ar, me observando, me acompanhando.
A felicidade bateu à sua porta e entrou, sem nem ser convidada. Entrou e tirou todo espaço que me pertencia. Então, a solidão fez-se, enfim, sólida em todo meu espaço, ocupando todo espaço que te pertencia.
E, por fim, tudo se perdeu, trocou de lugar e o que antes era nosso, passou a não existir. E o lugar, e o teu lugar...

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Next future

Difícil mesmo é lançar meu olhar pelo horizonte, marcar um rumo e... ir! Difícil mesmo é ter que convertar meus pensamentos, ideias, sensações em palavras e, então, convertê-las em ação. Difícil mesmo é olhar pra trás e deixar tudo pra trás, diferenciar passado de presente e futuro. Entender que o passado não volta e o presente não se modifica, e o futuro... Eu tô construindo agora! Meu amanhã depende do meu hoje. Seu hoje depende de mim.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Antigos registros

E eu registrei só pra encravar para sempre. Eu registrei tudo que tu tentou apagar. Eu registrei e guardei, só pra tu mais me tirar.

E eu anuncio o recomeço

Preso entre quatro paredes. Paredes estas feitas de promessas, orgulho, decepção, passado, presente, solidão, exaustidão, cansaço, pecados, erros, culpa, desamores, pena, raiva, angústia, curiosidade, ansiedade. Paredes feitas de todas as partes de mim. Eu sou composto de tudo isso, tudo que adquiri até hoje. Ou talvez tudo que tenha permanecido até hoje. E agora, eu só queria recomeçar. Recomeçar comigo mesmo, tirar tudo isso que vem sido internado em minhas entranhas. Te encontrar de novo, encontrar meus amigos de novo, me encontrar de novo. Me encontrar em cada esquina, em cada tipo de poesia, em cada dia, cada amanhecer, cada prazer, cada sensação; em cada espaço, de mim.

Tão inesperado quanto um furacão, é uma decepção. Talvez não tenha sido tão ampla ou tão simples como eu a vejo, mas meus olhos a faz assim e, quem sou eu pra duvidar dos meus olhos? Quem sou eu pra contestar o que grita meu coração? Minha boca eu tampo, costuro, amarro, fecho para sempre. Já meu coração.. é tão independente que me desperta a vontade de tomar as rédias outra vez; só pra me sentir por cima, totalmente vazio, mas por cima.

Não se pode voltar no tempo, nem mudar o que fora feito. É tão tarde. Tudo acaba, por fim. Recomeçar, é o que eu preciso. Se quiser, ainda tenho aquele seu espaço guardado.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Ilusão

Ele recostou a cabeça no encosto do banco de trás do carro. Ele sentiu o tremor do carro como não fizera até então. A paisagem do lado externo da janela não ajudavam muito a tentativa de evitar aqueles pensamentos e conclusões. Pensando assim, ele fechou os olhos. E sua imaginação vôou, para bem alto e distante dali. A porta da escola, as flores e os presentes. O sorriso, o beijo e a alegria. Era tão nítido quanto ilusório. Ele abre repentinamente os olhos e, então é devorado pela taquicardia que possui desde os 15. Permanece com o corpo paralisado, algum instante, e volta a fechar os olhos. A cena agora é diferente. Uma sala, um filme meloso, sofá, pipoca, mãos, felicidade e realidade. O olhar e o toque, verossidade incontestável, ali. Isso permanece por alguns curtos 20 minutos e é quebrado, então, por alguma voz familiar. Ele abre os olhos, se ajeita no banco, recuperando-se daquele projeto de sonho-acordado. E conclui que imaginando, sonhando, ele consegue tornar real, tudo aquilo que... que nunca vai sair da imaginação dentro do carro.